UM ENCONTRO em uma mesa de bar na rua Sete, centro de Vitória - ES, virou uma tarde de desenho no dia seguinte. Lincoln Guimarães e eu, havíamos saído do ateliê de Polliana Dalla Barba , tomávamos uma cerveja, quando chega Julio Tigre Tigre, falamos de desenho, de desejo, do que nos faz pular. Então marcamos de sair para desenhar durante os jogos da copa. Começamos por uma tarde em meu ateliê. Nós mesmos nos colocamos como modelos. Modelos inquietos, música, café e aquarela. Primeiro, retrato de Lincoln, sobre uma pequena aquarela onde havia um desenho de uma xícara (da série diário de viagem). Dois tempos, desenho sobre desenho, como dá serie de pintura sobre pintura. Como o modelo se movimentava me senti menos compromissado com a semelhança retratistica e mais voltado para a relação das cores. Sempre fica algum traço, sempre acredito que ficará parecido. Depois brinco com as cores passeando o olhar pela sala. Volto ao retrato, desta vez com nanquim e bico de pena em meu diário de ateliê, um caderno onde sempre retrato pessoas que me visitam. Acabei fazendo uma colagem, consegui assegurar a aparência do modelo e um conjunto de linhas e aguadas dinâmicas que funcionaram. No último desenho, como o modelo se movimentava, olhando para mim e para o desenho, resolvi desenhar este movimento. A coisa se complicou e ficou assim. "Assim" é a expressão do fracasso, mas não tirou o brilho do encontro. Como diz Feyerabend "o único princípio que não inibe o progresso é: tudo vale" Isso demonstra bem o universo de possibilidades do trabalho criativo e as implicações de se lidar com o intermitente, com o que não se controla. Quando estamos livres da perda, tudo que fazemos é um valor. Mas ainda voltarei a este desenho. Abraço a todos, Bom dia.
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