Fim do ano de 2014, fim do dia. Compartilho aqui um propósito para 2015:
Um diário de desenho, um por dia, mostrando algo do dia, uma imagem, um
pensamento qualquer, até o último dia do ano. Conversei com alguns
colegas: Julio Tigre Tigre, Luciano Feijão, Lincoln Guimarães Dias,
propondo este desafio. Todos curtiram a idéia, será que conseguiremos?
Mas fica aqui o desafio e o convite a todos, vamos fazer? Por ora chamo
este projeto de "UM ANO DESENHADO" Bom, bom ano de 2015 para todos!
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
NATAL
Gostaria de desejar a todos os amigos Feliz Natal e um prospero ano Novo!
Sei que estou repetindo o que voces já ouviram ano passado e outros
anos. Não é verdade?: Mas que bom que isso permanece heim? Não fiz um
cartao, mas trago esta imagem que fiz de Medeiros Neto. Cidadezinha onde
cresci, até os 22 anos. Sabe aquele poema do Drummond, que fala de uma
cidadezinha do interior? algo como: uma rua passa devagar, um burro
passar devagar, devagar as janelas se olham... êta vida besta meu Deus?
Tem a ver. Essa pacata cidade tem muita poesia. Feliz Natal e bom ano de
2015 pra todos voces!!!!!!!!!!!!!!!!!!
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
AQUARELAS AZUIS
Hoje, cinco pequenas aquarelas, dimensões 25x35cm.
1 - Aprendendo a construir casas, 2-desenho para uma parede branca, 3 - Faça uma frase neste momento, 4- Projeto para habitar um lugar, 5 -Para uma pessoa bonita. A todos com meu abraço.
1 - Aprendendo a construir casas, 2-desenho para uma parede branca, 3 - Faça uma frase neste momento, 4- Projeto para habitar um lugar, 5 -Para uma pessoa bonita. A todos com meu abraço.
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
PAISAGEM SONORA
QUARTA FEIRA. PAISAGEM SONORA. Chove levemente. É de madrugada. Poucos
sons habitam esta hora da manhã. Escuto gotas d´água batendo sobre o
toldo e batente da janela. Foi assim que descobri a chuva desta manha.
Chuva discreta, chuva para dormi. Mas entre esses pontos de água, escuto
alguns cantos de pássaros cruzando o espaço, espaço ainda negro na
fímbria das horas. São bem-te-vis, coleiros, rolinhas e galos (da
madrugada), será que estou certo? Abro a janela e deixo esses sons
sobrenadarem aos meus ouvidos. Eles não se misturam, pelo contrário,
habitam o espaço tridimensionalmente, alguns muito próximos, outros
longe, alguns à esquerda, outros à direita, outros ao centro. Diria que
se tivesse uma mão borracha poderia tocá-los. Mais distante, escuto sons
de carros, silvos, chilreios e conjunto de canto de pássaros que não
sei identificar. São pontos, linhas, manchas, texturas sonoras que se
desenham como uma paisagem. Há algum tempo venho instituíndo em meus
cursos e oficinas de arte este exercício de escuta como exercício de
desenho. A proposta é mais ou menos assim: “Feche os olhos e veja. Feche
os olhos e desenhe. Quando você fica quieto qualquer ruído é
informação. Assim, de olhos fechados, desenhe os ruídos diversos que
ouvir. Perceba pontos, linhas, planos, manchas, texturas, cores, espaços
e risque. Procure não fazer linhas iguais, mas cada uma com uma pressão
da mão, cada uma em um lugar conforme os estímulos sonoros recebidos.
Conscientemente estabeleça diferentes traços, fortes, fracos, pesados,
leves, lentos, rápidos etc. E vamos criar assim uma espécie de paisagem
sonora. Chamaremos este exercício de percepção sonora gráfica visual ou,
simplesmente “paisagem sonora” (texto de sala de aula, Vitória –
30/11/12). Exercícios como este me fizeram interessar por esse tema
antigo e sempre presente na arte: a paisagem e acreditar que podemos
reiventá-la, o pequeno livro “A Invenção da Paisagem” traz meus
primeiros passos rumo a esta aventura.
"Uma viagem desenhada" livro de artista, grafite sobre papel, 30x50cm. 80 paginas, 2012
AGRADECIMENTO
AGRADECIMENTO. Bom dia! Gostaria de agradecer a cada um e a todos que
compareceram e aos que não puderam comparecer, pelas manifestações de
apreço, de apoio, abraços e cumprimentos por ocasição do lançamento do
livro "A Invenção da Paisagem" e do projeto de exposição itinerante
"Viajamos para viver" que percorrerá cinco cidade do Espírito Santo, a
saber: Ibiraçu, Santa Teresa, Viana, Cahoeiro de Itapemirim e Santa
Maria de Jetibá:
Anna Saiter, Pedro J. Nunes, Cida Ramaldes, Carla Borba, Tarsila Addileu, Julio Tigre Tigre, Daniel Eliziario, Sandro S. Novaes, Andrea Falqueto, Luisah, Gorete, Larissa, Felipe Machado Cardoso, Rosindo Torres, Michelle Camargo, Adriana, Beto, enfim a todos que compartilham comigo esta aventura, muito obrigado!FA. Uma viagem Desenhada, grafite sobre papel, livro de artista, 89 paginas, 30x50cm. (aberto), 2012
CONVITE -Lançamento de livro - A INVENÇÃO DA PAISAGEM: AMAZÔNIA
CONVITE -Lançamento de livro - A INVENÇÃO DA PAISAGEM: AMAZÔNIA e partida do projeto de Exposição itinerante da SECULT “Viajamos para viver”
DATA: 14/09 (DOMINGO) à partir das 15:00hs (até à noite)
LOCAL: atelier do Artista - Endereço: Rua Padre Antonio Ribeiro Pinto, 38 apto. 107-B, Praia do Suá. (Referência: é a rua do supermercado Extra Bom, no cruzamento da Av. Cesar Hilal com Leitão da Silva).
LOCAL: atelier do Artista - Endereço: Rua Padre Antonio Ribeiro Pinto, 38 apto. 107-B, Praia do Suá. (Referência: é a rua do supermercado Extra Bom, no cruzamento da Av. Cesar Hilal com Leitão da Silva).
Mais um livro no prelo, mais uma aventura verbo visual para, como anotou Darci Ribeiro falar comigo mesmo e falar com você que me lê. Nunca havia desenhado paisagem, mas assim que tracei as primeiras linhas, a paisagem é que começou a se desenhar. Depois de duas viagens à Manaus, a vontade de penetrar a Floresta Amazônica me levou a encarar esse tema: paisagem. Precisava de uma justificativa projetual, peguei carona na trilha dos artistas viajantes, escrevi à Marinha Brasileira e, assim me embarquei no Navio Hospital Carlos Chagas (NASH) com o propósito desenhar “os diversos cenários amazônicos. Como alguém que nunca havia desenhado paisagem poderia responder a esse desafio? Antes que alguém me apresente uma resposta de bolso (ou de orelha de livro), como artista, respondo à queima roupa: Desenhando. De Manaus à Porto Velho, treze dias navegando pelos Rios Negro e Madeira, grafite, papel e aquarela nas mãos; uma disciplina militar, um cenário grandioso, mas sobretudo a disponibilidade para ver, descobrir, se encantar. Abandonei a literatura e tratei de ver e estar na paisagem. Abandonei também a ideia de fazer arte. Assim, me vi tateando, escrevendo como quem desenha e desenhando como quem escreve. O resultado é uma série desenhos aquarelas e fotografias que fazem esta nova publicação: A INVENÇÃO DA PAISAGEM: AMAZONIA. O livro faz parte do projeto “Viajamos para viver” vencedor do edital de exposição itinerante da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), que seguirá, à partir de 18 de setembro até fevereiro de 2015 pelas cidades de Ibiraçu, Santa Teresa, Viana, Cachoeiro de Itapemerim e Santa Maria de Jetibá. O livro é gratuito, as pessoas interessadas que não puderem comparecer ao lançamento poderão recebe-lo pelos correios, é só entrar em contato. ABC.
QUARTA, QUASE QUINTA. LIVROS DE ARTISTA: COR.
QUARTA,
QUASE QUINTA.COR. Acompanho a impressão de um livro em uma gráfica.
Primeiro dia, cerca de dez horas de vai e vem. Entrefalas dos
funcionários, barulhos de máquinas e o cheiro de tinta, que poderia ser
insuportável, mas não é, vejo recipientes de tintas oleosas e cremosas
manipuladas por dois pequenos “dedos” de aço e chupadas por um
cilindro pesado que, roda, melado e uniformemente, em toda sua
extensão, esticando para frente aquele fio de cor, translúcido e
vibrante. Dalisai, sob medida, a camada exata de tinta que, somada às
outras resultará nas imagens do livro. São quatro pequenos tanques de
tinta, cheios como piscinas. Por um instante, meus olhos sobrenadam
esses corpos moles, pastosos com suas cores sedosas. Quatro cores:
preto, magenta, ciano e amarelo. Nessa ordem. Uma ordem rígida e
precisa, para esses corpos moles, imprecisos. Olho o magenta puro, cor,
para mim difícil de lidar em seu estado puro, principalmente pela sua
exuberância e sedução, muito próxima do roxo, do lilás e do violeta.
Vem-me à mente alguns artistas que a trabalham bem, o fotógrafo Mário
Cravo Neto, os pintores, Bonnard, Sued, Gonçalo Ivo, Volpi, outros nomes
vão surgindo, mas paro por aí para não fazer uma litania; por último, a
lembrança de uma florzinha de beira de calçada que costumava ver em
minha infância chamada “onze horas”. Depois vieram algumas orquídeas de
tons violetas, mas essa cor sempre se colocou para mim, mais como algo
para ver do que para se “usar”. Assim, por um momento, sou levado por
esse magenta que se desdobra e toma a forma que os “dedos” de aço, o
rolo, a chapa de alumínio, o arquivo gravado, o papel branco, as outras
cores lhe dão, para, enfim surgir como imagem, no livro, a qual,
nomeamos pintura, desenho, fotografia, enfim, uma imagem que chamamos de
nossa. O termo levado aqui tem algo de “encantado”, algo de suspensão
do momento, de suspensão de todos os perigos, de todos os “porquês” para
ver a cor em sua qualidade própria. Ver seucorpo, seu brilho, seu
movimento, sua flexibilidade, sua beleza esquecendo me de sua semântica,
de todas as teorias. A cor como assunto da pintura. E uma frase do
mestre Amilcar de Castro “eu não sou pintor, sou desenhista e escultor.
Pintor é o Bonnard, o Guignard, o Matisse... estes sim, são pintores!
Eles têm a cor como fundamento! O pintor pensa por dentro, o desenhista
pensa por fora. Por isso sempre digo que não sou pintor, sou
desenhista!”
Para finalizar este post, que já ficou longo, volto ao início: o barulho das máquinas, asfalas dos funcionários, o cheiro de tinta e dizer que, o cheiro de tinta aqui está controlado, não é como em um atelier de pintura (quando se pinta à óleo), onde o cheiro da tinta óleo que invade o ambiente como fumaça de um charuto, um cheiro que sentimos inclusive quando a tela já está em exposição na galeria. Não, o cheiro da tinta aqui passa despercebidoface ao cheiro do verniz, seguido da presença do pó de impressão, aplicado para dar acabamento. Este faz arder os nossos olhos, penetra as nossas narinas e se aloja no pulmão. Como as pessoas aguentam isso aqui? Piscinas de tinta que vem de muito longe! Leio a marca Heidelberg (o castelo! Der Scholoss), montes de papéis! Tenho que apurar as vistas para ver uma imagem, outra e outra em intervalos de minutos e horas. Sintoa garganta ressecada. Vou dormir com interrogações, ardor na garganta e luz nos olhos. Procuro alguns trabalhos onde a tónica é a cor e trago estes que seguem : espero que curtam essa pequena viagem:
1 - O Livro da dor. sangue, sangue sobre papel.15x40cm. data: 2000
2 - A Bibilbioteca do pintor, crilica sobre livro da literatura universal. Instalação, data:2009
3 - Aparelho, pigmento, caixa de madeira e vidro,40x50cm. 2003
Para finalizar este post, que já ficou longo, volto ao início: o barulho das máquinas, asfalas dos funcionários, o cheiro de tinta e dizer que, o cheiro de tinta aqui está controlado, não é como em um atelier de pintura (quando se pinta à óleo), onde o cheiro da tinta óleo que invade o ambiente como fumaça de um charuto, um cheiro que sentimos inclusive quando a tela já está em exposição na galeria. Não, o cheiro da tinta aqui passa despercebidoface ao cheiro do verniz, seguido da presença do pó de impressão, aplicado para dar acabamento. Este faz arder os nossos olhos, penetra as nossas narinas e se aloja no pulmão. Como as pessoas aguentam isso aqui? Piscinas de tinta que vem de muito longe! Leio a marca Heidelberg (o castelo! Der Scholoss), montes de papéis! Tenho que apurar as vistas para ver uma imagem, outra e outra em intervalos de minutos e horas. Sintoa garganta ressecada. Vou dormir com interrogações, ardor na garganta e luz nos olhos. Procuro alguns trabalhos onde a tónica é a cor e trago estes que seguem : espero que curtam essa pequena viagem:
1 - O Livro da dor. sangue, sangue sobre papel.15x40cm. data: 2000
2 - A Bibilbioteca do pintor, crilica sobre livro da literatura universal. Instalação, data:2009
3 - Aparelho, pigmento, caixa de madeira e vidro,40x50cm. 2003
QUARTAS e/OU QUINTAS - DESLOCAMENTO
QUARTAS e/OU QUINTAS. DESLOCAMENTOS. Aqui estou eu, voltando falar da série
"Deslocamento". Tentei fazer isso quinze dias atrás, mas acabei falando
sobre desenho, ensino de arte, ao invés de fotografia, semana passada
mostrei duas pinturas da série A Casa do passado" (obrigado pelas
curtições e comentários! comento alguns abaixo), e só hoje volto ao
assunto. Nesse inteirim não andei de ônibus como gostaria, somente duas
vezes em Florianópolis e, foi inesquecível, primeiro desenhei no ônibus,
juntamente com uma amiga que me recebeu na cidade, segundo, o passeio
de ônibus pela cidade. Alguém já disse que quem quer conhecer uma cidade
deve andar nela de ônibus.? Será verdade? Uma coisa é certa é um forma
de cair no fluxo da cidade. Bem, em Floripa, o ônibus estava vazio e a
visão que se tem da cidade, descendo para a lagoa é maravilhosa! A
maior parte da aventura do desenho ficou para o encontro à noite, quanto
fizemos um jantar "desenhante" no restaurante (hum... esqueci o nome,
mas lembrarei, quem sabe não postarei alguns daqueles desenhos aqui e os
desenhistas do grupo apotheke também?!) Mas voltando às fotografias:
Fotografo ônibus em transito pela cidades, às vezes, estas fotografia
chegam à pintura, como essas abaixo, que são acrílica sobre fotografia,
dimensões aproximadas 30x50cm. datas variadas, entre 2010 2012. cidades,
Curitiba, Vitória, São Paulo.
Mirza Sanchez, Emanoel Braga,
realmente as gavetas são sempre cheias de possibilidades. todas a vezes
que tento organizar um pouco meus guardados eles desaguam.
Jove Fagundes Jove sim é um espaço de sonhos, sonhos densos, pesados - daí vem o nome pesadelos. mas esses tons escuros, surgindo de dentro da noite, como me disse certa vez Ferreira Gullar, pela milagre da arte, viram fala humana. de alguma forma acredito nisso.
Romilda Patez Romilda Patez, que boa pitada de proust, quantas vezes esses estremecimentos não nos ocorrem e nos levam para longe sem que saiamos do lugar, heim? gostei de ver esta associação proust e a casa do passado. Zoraide Melo, Sandra Diniz, Sandra Makowiecky, Paula Barros, Marcel Fernandes, Marcelo Kraiser, Marcelo Silveira Flavia Arielo, Flavio Gil, Neyder Fernando Lima outros que tem sido presentes, obrigado pelo olhar, vamos nos falando por aqui.
Jove Fagundes Jove sim é um espaço de sonhos, sonhos densos, pesados - daí vem o nome pesadelos. mas esses tons escuros, surgindo de dentro da noite, como me disse certa vez Ferreira Gullar, pela milagre da arte, viram fala humana. de alguma forma acredito nisso.
Romilda Patez Romilda Patez, que boa pitada de proust, quantas vezes esses estremecimentos não nos ocorrem e nos levam para longe sem que saiamos do lugar, heim? gostei de ver esta associação proust e a casa do passado. Zoraide Melo, Sandra Diniz, Sandra Makowiecky, Paula Barros, Marcel Fernandes, Marcelo Kraiser, Marcelo Silveira Flavia Arielo, Flavio Gil, Neyder Fernando Lima outros que tem sido presentes, obrigado pelo olhar, vamos nos falando por aqui.
PINTURAS - A CASA DO PASSADO
TERÇAS, QUARTAS QUINTAS..Madrugada, acordo, olho a janela e uma
pequena luz se desenha numa paisagem escura. Geométria. Não vejo nada,
mas sei que ela é geométrica. Pensava postar amanha algo relativo ao
que mostrei na semana passada, desenho e fotografia de onibus (ver a
cidade a partir do ônibus coletivo), mas por motivo de viagem visito
algumas imagens antigas e posto, em última hora pintura. Duas Pinturas
da séria A Casa do Passado, acrlica sobre tela dimensões aproximadas
140x140cm cada uma, data 2008. Bom dia! Bom dia
QUARTAS OU QUINTAS. Diários Gráficos
QUARTAS OU QUINTAS. Diários Gráficos. Era para ter postado ontem, mas o tempo... ah, o
tempo! Machado de Assis dizia, “nós matamos o tempo, mas ele nos
enterra.” Na correria das cidades, andar de ônibus coletivo, tornou-se
símbolo de perda de tempo, quando não de pobreza. Carro tornou-se o
ícone de conforto, de luxo e de riqueza. Aí sim, reside um traço da
nossa pobreza. Sabemos como a propaganda, as grandes empresas estão por
traz disso... e o que fazer? Contudo eu gostaria de falar aqui de andar
de ônibus pela cidade, como quem olha pela janela, ingenuamente ou
poeticamente. Encaro a aventura de andar de transporte coletivo, não
somente como uma possibilidade de ir de um lugar a outro, mas como
possibilidade de encontro com pessoas, com espaços e como uma maneira de
olhar a cidade. Comecei a me interessar por esse objeto, ônibus, ainda
quando estudante, em Belo Horizonte, nos anos 80. Uma vez, na avenida
Afonso pena, à noite, a rua estava escura e eu vi um ônibus, cheio de
gente, iluminado por dentro, parado no sinal, depois seguindo,
vagarosamente a avenida, como uma caixa de luz ambulante, cheio de
janelas, cheio de gente, iluminando os pontos onde a rua era escura e se
misturando com as luzes da cidade. Desde então tenho procurado vias de
tratar este tema na arte: desenho, fotografia, textos de viagem, aulas
de arte. Sim, este é um dos exercícios que sempre proponho aos alunos,
invariavelmente, seja calouro ou veterano: andar pela cidade e desenhar
em ônibus coletivos, sentado, em pé, o que lhe chamar a atenção, o que
se colocar á sua frente com caneta, lápis (podendo também trabalhar com
fotografia). A isso se junta os textos associativos, descritivos do
processo de trabalho, depoimento do aluno dizendo como se deu em cada
seção, o que viu, o que sentiu, o que saiu em termos de imagem. Trata-se
de um desafio, de sair de uma zona de conforto e ir para a vida, de
prender a ver o cotidiano como elemento substantivo para a criação de
imagens. O ensino de desenho, às vezes está associado ao conforto de uma
sala de aula tranquila, arejada como se isso devesse ser a norma, como
se as dificuldades, os obstáculos fossem contra o aprendizado e à
criação. Claro que muitos alunos reclamam, se sentem inadequados dentro
dos ônibus desenhando, dizem até que sentem vergonha de estar desenhando
ali, como se o ônibus coletivo cheio de gente não fosse lugar para se
desenhar!... Ora, qual o lugar para se desenhar? Ai começamos um
discussão longa que toca o cotidiano, a criação de imagens, o que
queremos exprimir com elas, ou melhor como descobrir imagens, como
descobrir ou criar ideias... uma discussão rica, sem dúvida, mas eu
comecei esta conversa aqui para falar de fotografia, uma via de olhar a
cidade, todavia, como dizia Barthes quando falamos as primeiras
palavras não somos mais nós que falamos, mas as palavras, o assunto se
desviou e se ampliou, deixo aqui algumas imagens neste cruzamento:
desenho fotografia e outras intoxicações, vamos nos falando. Um abraço.
Fa. Desenhos: Dalton, André, Mário Margotto, Fernando Augusto Dos Santos , Larissa Godoy, Jessica Pesse,
todos caneta bic e ou nanquim, sobre papel. e Fernando Augsuto:
Fotografia digital, Vitória, São Paulo-ES, Vitória-ES, Feira de
Santana-BA.
FOTOGRAFIA DE CORTE
FOTOGRAFIA DE CORTE. Continuando esta série. Não sei se já disse:
Trata-se de rever fotografias guardadas há mais de 20 anos em gavetas e
envelopes e o corte no próprio negativo, destruindo parte da imagem,
criando um lado escuro, uma ferida estética, digamos assim. Esse gesto
faz eco com o corte do tempo, que é próprio da fotografia, permitindo
um novo olhar sobre o passado, sobre as imagens guardadas em arquivos
“mortos”. Mas o passado não passou, não morreu, não acabou.
Por este corte, fotografias privadas podem vir a público e tocar o
presente. Como nos cortes da censura que colocava tarja nas imagens de
nudez até pouco tempo no Brasil, esta série de fotografias, feita com estilete e
tesoura rasgando diretamente o negativo, lembra o estatuto do proibido em nossa cultura e
permitem ver, com Margarite Duras que “nada é mais público do que o
privado”.Fotografias analógicas, com negativos cortados, 1997-2012
QUARTO, QUARTA, QUARTAS - REVERSO
QUARTO, QUARTA, QUARTAS. Como o tempo anda arisco, estou pensando em
organizar minhas postagens em bloco e publicá-las aqui uma vez por
semana. Os outros dias serão dedicados a ver, comentar, compartilhar
alguma coisa que encontrar na linha. Acho que assim consigo manter o
ritmo e estabelecer um bom diálogo com todos aqueles com tenho tido
contato e que têm interesse em mostrar, ver, discutir arte. Procurarei
postar 4, 5 ou 6 imagens de cada vez, perfazendo assim, algo com um
pequeno ensaio sobre alguma questão ou série de trabalho: pintura,
desenho, fotografia e outras intoxicações. O interesse é criar uma via
de debate e de criação artística e estética. Na sequência, trago mais
algumas imagens da série fotográfica REVERSO. Um abraço!
terça-feira, 29 de julho de 2014
FOTOGRAFIA, série reverso
FOTOGRAFIA, série reverso. o nome é provisório. procuro um nome. enquanto ele não vem, vasculho gavetas, vejo imagens, frente e verso.
FOTOGRAFIA
FOTOGRAFIA. No corpo da tarde. Reverso. ando pensando no titulo, acho que que tá chegando. Mirza Sanchez, Roberto Burura, Bernardo Teshima, Jana Bento Vilvock, Neyder Fernando Lima, Leo Brizola e todos que curtiram, valeu a apreciação. até amanha.
FOTOGRAFIA DE FOTOGRAFIA
FOTOGRAFIA DE FOTOGRAFIA, fotografias montadas, ainda não tenho um nome para esta série de trabalhos, aceito sugestões. Mirza Sanchez, Bernardo Teshima, Sandra Diniz , Luciana Dal Ri, Marcos Rizolli, Obrigado, valeu comentar!
FOTOGRAFIA de corte e fotografia montagem
FOTOGRAFIA de corte e fotografia montagem.Revejo minha fotografia. O olhar antes bressoniano, voltado para o instante "decisivo", o enquadramento cheio, a não manipulação da imagem nem recorte, volta agora para o corte, este decisivo ou melo menos incisivo e a montagem. Trago alguns exemplos para vocês, abrindo as portas para estas series que estão saindo da gaveta. Mirza Sanchez, como havia prometido, Flavio Gil,Sandra Diniz, Regina Menezes, Soraia Carvalho, Paolo Ridolfi, Elyeser Szturm, Patricia Assumpção, Marcelo Kraiser, Marcelo Silveira, Marcel Fernandes, Bernardo Teshima e todos aqui. abc.
ESTUDO PARA RETRATO DE VINICIUS
Cumprindo o compromisso de realizar o retrato de Vinicius de Morais, o poetinha, brinco com a aquarela e tento chegar a uma imagem desse poeta querido da literatura brasileira. Diferente de fazer um retrato ao vivo, desafio presente, ato de estar com o outro e de certa forma construir juntos uma imagem, o desenho a partir da fotografia é um caminho com menos risco, mas também cheio de possibilidades.Essas duas pequenas aquarelas tem investidas bem diferentes, na primeira trabalho quase como pintor, por dentro, lançando cores, embora tenha sido econômico, deixando predominar o laranja 'amarronzado', na segunda, trabalho sobre uma pequena mancha já existente, começo por fora, tento estruturar o desenho com linhas estruturais, assegurando as proporções e buscando antes de tudo a semelhança com o retratado. Um dos meios para garantir isso, neste caso é utilizar menos cores. Ambas as imagens foram trabalhadas diretamente com pincel, sem esboçar com lápis antes. Foi uma boa aventura. Desenho errando e fico aqui deixando o pensamento fluir como desenho simplesmente para conversar com vocês: Pedro Bello, Sebastião Pedrosa,Mercia Preto, Otoni Moreira de Mesquita, Julio Tigre TigreEdson MachadoLu Pesente, Victor BorsoiGlayson Arcanjo, Sandra Diniz, Sara Bittencourt Marcucci (publique os seus desenhos dos jogos da copa, inclusive os feitos aqui em Vitoria em nosso encontro, gostaria de ver), Geovana Chrystêllo,Lara Brotas, Lara Felipe, Lara Milbratz Ferreira, Lara Carlini, Sandra MakowieckyElyeser Szturm e quem mais curtir um abraço.
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