quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

UM ANO DESENHADO

UM ANO DESENHADO. Faltam apenas dois meses para finalizamos este projeto de um Desenho por dia durante todo ano de 2015 (como escreveu Carla Viviane Roncarati. Será que ficará na história daqueles que tentaram até certo ponto, daqueles que conseguiram até o fim? Será bom rever todos esses desenhos e respirar fundo e dizer eu fiz isso? Tudo vai depender da lições que tirarmos de tudo isso, ou como escrevi em post da semana passada, dos significados que podermos dar a esta tarefa, a esses desenhos.

Muitas pessoas tendem a pensar que o significado de um desenho, bem feito ou mal feito esta nele em si, apenas, mas a verdade é que em um projeto como este ressalta muito mais o processo e a vivência de desenhar o tempo. O tempo às margens dos afazeres, o tempo doado ao desenho, ao exercício do fazer sem exigência de lucro, o tempo de resistência ligado à obrigação de cumprir uma meta absurda, como Sisifo, de empurrar uma pedra montanha acima e no outro dia, fazer isso de novo, por nossa própria vontade e além da nossa vontade. (como parece nos desenhos de Romelho Contreiro, Junior Da Fonseca Bitencourt, Carla Roncarati)

De minha parte, nenhum mês, neste processo foi tão difícil quanto o de Outubro; temi não chegar lá, mas de repente chega novembro e com ele o início da última volta. Vamos desenhar para trabalhar nosso tempo, vamos desenhar para viver. As vezes temos que propor projetos como este para trabalharmos nosso fôlego, para irmos além da mera vontade, para enfrentarmos a vida, porque a vida bate duro, muito mais duro do fazer um desenho por o ano inteiro.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

PAPEL DO ARTISTA

Estou em uma praia de águas transparentes balançadas por pôr um vento carinhoso e sonoro. O cenário é lindo de ser visto e gostoso de ser vivido. Olho em volta e tento desenhar, mas nada se coloca à minha mão, acho até, uma certa inutlilidade desenhar essas coisas que vejo, tão lindas que sao; melhor seria, me parece descrever, esta luz, estas águas verdeadas, esses bravos corpos que passeiam nestas areias e deixar certas imagens mentais flutuarem ao sol. Por que me parece uma inutilidade desenhar aqui? Eu me pergunto, talvez porque o que interessa ou, a beleza de um desenho, (de uma pintura) não está no objeto observado, mas no desenho em si, na sua feitura, na sua grafia; segundo por porque este belo cenário já é tão belo que pouco ou nada acrescento em Desenho, isto é, o desenho será sempre menos diante dele. Contudo, rabisco e encontro o problema desenhando: O desenho começa a se constituir a partir do vazio e não do cheio, do que que é estranho, não Do que é conhecido, das partes insignificantes deste belo cenário e não de sua beleza contagiante. Talvez seja possível dizer que, o que ja é belo, não precisa do artista, mas o que não é belo, o que é insignificante estes sim, precisam do artista para sair da insignificância, para vir a significar. Eis o papel do artista dar sentido, dar significado ao que parece não ter significação ou sentido.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

HAVERA PERDÃO? Ou até tudo isso ser apenas desenho

HAVERA PERDAO? ou até tudo isso ser apenas desenho - Mais um texto longo demais p facebook, por isso aviso não perca seu tempo, mas for teimoso vamos de Desenho saúde/doença.
Uma semana de consultas médicas, otorrinolaringologia, tratamento do sono e exames a fins. Agora mesmo escrevo com o olho direito dilatado, que explode de luz, portanto escrevo com um olho aberto o outro fechado. Faço alguns croquis das pessoas que esperam na sala. A televisão transmite notícias diversas - guerra na Síria, ocoktober Fest em Blumenau, festa nordestina em São Paulo, justificativas do deputado Eduardo Cunha da sua participação no rombo da Petrobras e outros rombos, um vereador no Rio Grande do Sul que deu chicotadas em um auxiliar de trânsito que o notificou por estacionar em uma vaga de idoso...
Algumas pessoas riem diante do absurdo dessa última... Eu sinto um pouco de raiva, imagino a cena: o vereador empodeirado do seu cargo que tem no carro um chicote e, faz uso dele batendo no rapaz que ao final não matou o vereador, nem quebrou lhe o nariz nem desferiu lhe uma tijolada no parabrisa do carro. Dà raiva, mas desenho com calma pontos linhas reconstruindo os rostos na sala de espera. Contudo as notícias me incomodam, a do vereador então! meu ímpeto seria de mandar uma tijolada no parabrisa dele, de quebrar-lhe o nariz; responder violência com violência, bravata com bravata....
Rabisco e pergunto ao papel: Até quando? Lembro me de um Desenho de Marcos Coelho : até vc continuar a ser um Desenho. Acho que agi assim, com ímpeto raivoso em quase toda minha vida. AgorA mesmo Localizo cenas desta modalidade desde a infância... Brigas de Rua, brigas de adoleScente, de jovens e de adultos. Tudo vaidade. Traços de um complexo de inferioridade querendo se superar. Hoje, se faço as contas mais perdi do que ganhei. Queria certezas, verdAdes, mas sou marcado pela incerteza, dúvidAs e isso definiu minha caminhada.
Na juventude e em alguns outros momentos imaginei certezas e fiz ou Faria qualquer coisa em nome delas. Era como partido político e se a vida tivesse me dado poder, eu teria sido talvez um ditador, em nome daquelas certezas, um Stalin da vida, ditador vingativo e cruel com os adversários e inimigos. Mas não, a vida não me deu poder ou eu não soube (não quis) construi- lo, assim não entrei para política, não me liguei a firmas poderosas, nem liguei a grupos partidários que se pretendesse longa duração. Minha inquietude me fez mudar de lugar diversas vezes, me fez também entrar em brigas que não eram minhas ou não eram corretas, a me afastar de pessoas que eram verdadeiros amores. Haverá perdão? As que tiveram paciência e bondade comigo permanecem, suportam minhas ausências, minhas impaciencias e/ou veem em meus desenhos fotografias esse traço do perdão, necessário a sobrevivência da cultura. Elas, eles veem em meu trabalho, alguma doação, essa Tarefa insana de criar imagens formas, retratos de um lugar que não temos acesso e que talvez me tenha sido destinado como desafio, necessidade ou caminho.
Venho buscando, e, nunca soube dizer o que quero, ou quis, nem que lugar escolher para ficar. E se soubesse, que lugar seria? Ou o que seria? Na minha vida inqueita, daqueles e de todos os dia, certeza, credo, lugar certo, Tudo me parecia comodidade, senão prisão, condenação, medo, loucura; neste contexto. Dizia a mim mesmo que se tivesse que enlouquecer que fosse tentando, buscando o que me daria prazer.
Falar isso não me dá a pecha de corajoso; não, sempre tive medo, medo da solidão, da pobreza, da dor, da inferioridade, da violencia e outros itens que não sei nomear. Talvez por ser taurino, como dizem algumas pessoas que acreditam nos astros, sou mais terra, do fazer, do garantir o básico, do não arriscar tudo.
Aos trinta anos busquei verdadeiramente meu primeiro emprego, um lugar com certa garantia e também com certa liberdade de viver e trabalhar - a universidade: um lugar onde poderia ensinar, aprender, constituir grupos, mesmo que passageiros, fazer arte e falar deste fazer. Um bom lugar para tantas inquietações, um lugar laboratório, atelier, que se estende a todos os lugares onde vou, pois, como diria Valery, onde quer que vá, vou como artista'.
Mas comecei este texto falando de consulta médica, sala de espera e de raiva, no caso do vereador do chicote. Não vou esgotar esses assuntos aqui, pois se releio alguns dos parágrafos acima, vejo outras trilhas que se bifurcam neste fluxo de pensamentos. Mas para concluir, vem a pergunta: quem vence essa batalha absurda, o vereador que chicoteou ou o rapaz que recebeu as chicotadas e não revidou? ...
Passeio com o grafite sobre o papel e sinto a gramatura áspera do papel. Gosto destes rostos com rugas e ar de espera que vou desenhando enquanto esperamos. Pm senhor com um olho tapado percebe que o desenho, disfarço, estamos ambos olhando as coisa com um olho só. Ou melhor, Com um olho dilatado e outro não, tenho dois pontos de vistas, opostos até, aos quais tenho que me adaptar
Aos teimosos que me acompanharam até aqui meu, obrigado pela paciência, energia e abraço!


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

UM ANO DESENHADO - OUTUBRO


UM ANO DESENHADO - OUTUBRO. Caros amigos do projeto "Um ano desenhado". Era para ter escrito antes e mais, Mas tantas coisas TEm me levado para tantas páginas! São Como linhas em um desenho, os afazeres do dia se multiplicam e as vezes tomam contam de tudo...
Mas a ideia continua, mesmo que seja um Desenho rápido, por dia, assim ao final do ano serão 365 desenhos. Aí então será a hora de rever todos, reorganizar, atualizar ou mesmo corrigir, redesenhar em alguns casos. Quero dizer com isso que depois ( ano que vem talvez), será a hora de retrabalhar todo o conjunto, de curtir os desenhos, de vê-los com olhos críticos, de tirar sumo deles, como diria Darcy Ribeiro.
Outubro chega e passa e a tarefa de continuar desenhando por força do projeto é quase uma condenação. Onde, quando haverá salvaçao? Lembro do mito de Sisifo que Iberê Camargo gostava tanto, comparando esse mito ao trabalho do pintor. Na mitologia sisifo é condenado a carregar pedras todos os dias montanha acima, mas os deuses, no mesmo instante as rola montanha abaixo. Assim é esse arrastar linhas pontos e linhas todos os dias, repetidamente, sobre páginas e mais páginas e, os deuses negando lhe significado ou importância. sim, aí um certo vazio se estabelece, Mas as vezes somos nós mesmos que nega esse significado ou importância e a tarefa se torna ainda mais penosa e solitária. De um lado é bom ver os desenhos dos colegas participantes do projeto, isso nos Da companhia, do outro acontece de extrairmos energia do próprio fazer e isso nos anima verdadeiramente e nos tira um pouco do vazio. Talvez esteja aí um traço de salvação, a arte como possibilidade de sanidade, como escreve Louise Bourgeois.
Certa vez perguntei a Amílcar de Castro se ele era religioso. Ele me respondeu que não muito, mas que tinha fé na arte, isso ele tinha demais, e fazia tudo com e nessa fé. E acrescentou que, muitas vezes em sala de aula, ele observava, um tinha fé 50 não tinha e que isso era duro!
Estou escrevendo aqui agora e pergunto sobre minha fé, ela é forte suficiente para remover motanhas? Não sei, sou mais dúvida do que certeza e, as vezes isso é a minha matéria. No curso deste ano escrevi muito sobre desenho, processo criativo, relação vida e arte e, encontrei neste diálogo energia para continuar, para empurrar munha pedra montanha acima. A expectativa é que esteja sendo útil e que assim possamos enfrentar os deuses que empurram nossas pedras para baixo, que assim possamos estar construindo sentido. Um grande abraço.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

ARTE E PSICANÁLISE

Arte e psicanalise
Desde o ano passado colaboro, criando imagens, para as crônicas do psicanalista Antonio Carlos que escreve para duas revistas que circulam em Vitória-ES. Trago a crônica e imagem desta semana. Aquarela, nanquim, sobre papel, 32x22cm.
SE FAZER
O “se”, aqui, não tem o sentido das várias possibilidades morfológicas, nem mesmo a privilegiada conotação condicional: se você fizesse isso... Na verdade, você “se” faz isso! Isto é, essa pequena palavra expressa também uma condição subjetiva muito comum a todos nós, uma atividade passiva de se fazer alguma coisa.
As pessoas que nos procuram em nossos consultórios se queixam de seus problemas, desconhecendo que estes, apesar da parte que cabe aos outros, são arranjados por elas mesmas; elas se fazem, diríamos, problemáticas. Sobre isso, Freud se expressava mais ou menos assim: “O masoquista sempre coloca a cara onde possa receber um tapa”.
Somos todos, em alguma parte, masoquistas. Uns mais, outros menos. Em algum lugar, nem que seja por um pequeno devaneio, já sentimos pena de nós mesmos. Nesse sentido, numa certa divisão subjetiva, nos fazemos de vítimas sob a fantasia do olhar de um outro. Um olhar de compaixão em causa própria. O problema está quando permanecemos nesse estado, exigindo do mundo e das pessoas a reparação por um dano sofrido, por uma sensação de que nunca fomos amados suficientemente bem.
Então... Essa atividade passiva, se fazer ou me fazer, muda a lógica da causalidade e do efeito, onde de vítimas passamos a algozes de nós mesmos. Deveríamos mudar essa lógica, bem assim: do “Eu fico sempre doente” para “Eu me faço sempre doente”; “Eu estou sempre endividado” para “Eu me faço endividar”; “Eu não consigo passar em nenhuma prova” para “Eu me faço reprovar”; “Eu não consigo arrumar um namorado” para “Eu me faço ficar sozinha” etc.
Enquanto não invertermos a lógica da atividade passiva, continuaremos a ser vítima do destino, permanecendo numa reivindicação sentida de que a vida nos deve alguma coisa. Posição confortável, maneira justificável de se fazer mal sem se responsabilizar.


sábado, 26 de setembro de 2015

UM ANO DESENHADO

Aqui estou eu com mais um texto longo demais par Facebook, mas se você tiver tempo vamos falar de Desenho outras intoxicações. Acordo 1:00h da madrugada e fico zumbizando na sala. Aproveito para fazer o desenho do dia, será que o sono vem? Acho q daria mais sono estudar ingles, mas não acho o livro, assim um Desenho um pouco desengonçado para dormir, já ouvi vários artistas dizerem que fã isso. Será que funciona? Bem qualquer coisa feita horas a fio na madrugada acaba levando o sujeito pra cama.
EM Janeiro, quando iniciamos este projeto de fazer um Desenho por dia durante o ano de 2015 dizíamos 'trezentos e tantos desenhos nos esperam', agora quando leio uma postagem de um dos participantes que diz faltar menos de cem dias para chegarmos ao final, sou surpreendido pelo tempo, mas não tenho ainda a impressão de chegada. E explico, nesta via, cem dias se parecem com trezentos. Tenho impressão de estarmos desenhando o tempo e que o tempo é enorme e que nós somos breves. O ponto de chegada se confundirà com o ponto do começo, o finito com o infinito , aí? Aí mistérios hão de ficar por aí, como diz o Caetano Veloso.
MInha mulher se levanta e me chama para cama, arre fazer o que na cama, sei que nao vou consegui dormir, narinas obstruidas, ansiedade e vai por aí? Fazer amor podia ser uma boa, mas seria remedio?. Nos meus anos jovens Esta Seria via, gastava esta pulsão até me cansar, suar, gritar como um leão, agora temos o rivotril, que algumas pessoas chamam de sossega Leão.
Antes de ir para cama lembro que meu amigo e jornalista Joca outro dia me fez uma pequena entrevista em conversa de atelier. Eu ate quis 'responder' algumas de suas questões por aqui, mas acabei não conseguindo. Lembro"- dele ter me perguntado o que eu esperava deste projeto. Vou dormir por volta de 3:00h pensando na resposta que dei na ocasião
Acordei por volta das 8:30, meio zonzo, talvez pelo efeito do remédio, e sem ânimo.Parece que foi um sono de corpo, não de alma. Por isso decido nadar, uma vontade que vem se estendendo ha semanas, visto roupa de banho e Levo também roupa social porque tenho consulta com otorrino justamente para verificar meu problema do sono, as 11:15. Água cristalina. Uma braçada depois da outra,! Respiração 3/1 deslizo na água com prazer! Porque mão faço isso mais? Poderia Ter mais sono, mais ânimo, mais prazer como este.,,,
Ao final dA tarde, queria pintar uma tela grande, me lambubzar de tinta e dançar pintado, mas como? Parece que estou me contendo para quando o carnaval chegar. Respondi ao meu amigo algo assim: (lembram da pergunta do que eu esperava do projeto?) esperava ter realizado um bom trabalho de desenho e isso perpassava três pontos 1- o desenho si mesmo, nessa tantas páginas desenhadas, esperava verificar alguns esteticamente interessantes 2- ter um registro de desenho, diário ao mesmo tempo caderno de notas, e de descoberta de formas, de ideias que eu poderia explorar, desenvolver como poetica visual depois e, por ultimo, 3 - visto que várias pessoas aceitaram este desafio desenhando com teimosia, tropeço, desistência, recomeço, etc., esperava ter estimulado e contribuído um pouco, para o incremento do desenho, da observação, da prática artística diária da perceção e mesmo construção do dia a dia como possibilidade estética. Esperava também ter criado uma pequena comunidade afinada com o desenho, para não ficarmos tão sozinhos e pudessemos pensar desdobramentos.
Final da tarde recebi dois alunos para aula particulAr, dei orientações e desenhamos juntos, assim terminamos o dia. Vou para Casa caminhando. O vento na Ponte Ayrton Sena passa por mim como linhas e massas e me abraça. A escuridão da água é bela e asustdora, cheia de pontos e linhas brilhantes. A escuridão também desenha. Boa noite, bom dia!










quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Hoje só ponto e linha

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O CENTRO da cidade de Vitória é rico em histórias que não conheço, por isso, aproveitando o convite da Monique Rocha com o 'projeto samba da antiga' na casa de bamba, decido dar um rolê pelo centro. Rua Gama Rosa, Casa de bamba. Prédio antigo, ambiente bonito aconchegante. O amigo com quem iria me encontrar manda mensagem dizendo que não vem. A música festiva me lembrou dos festivais de inverno da UFMG em Diamantina. Sozinho Sento me em um canto e o desenho vem me fazer companhia. A princípio me sinto meio fora de lugar, - é um encontro de diferenças - mas como se diz, não há indiferença que o tempo não vença, depois de hora e meia de insistência sinto dissipar o estranhamento, então posso continuar desenhando ali como algo 'normal' ou mais do que isso , posso desenhar sossegado. Ate cantei: Ataulfo Alves 'atire primeira pedra aíaiai aquele que não sofreu por amor.
Qual era a dificuldade? O ambiente é ótimo para desenhar. Cheio de coloridos, de luzes sombras Musica e movimento. Lembrei me de Toulouse lautrec, artista fabuloso que desenhava a noite e os cabarés. Do outro lado, Goeldi desenhava noite, peixes, abutres e putas. Atmosfera estimulante.
Senti falta da minha Câmara fotografica, mas como só trouxe material de desenho só posso desenhar e desenhar. Lembrei me de um amigo que, separado procurava apartamento p morar e me disse que só alugaria um espaço que tivesse lugar para sua filha. Naquele dia estranhei essa fala dele, mas agora entendo, é sentindo tudo isso que acho que posso diZer que só vou a algum lugar onde posso desenhar.
Próximo de uma hora da manhã vou em bora com vários desenhos alegres. Veleu. Bom final de semana pra todos





quinta-feira, 17 de setembro de 2015

UM BOM TRABALHO

.As vezes estou triste, angustiado, sem lugar bom para estar, mesmo que seja uma praia. São situações em para mim há um nada em tudo. Nesses momentos, se desenho ou pinto e consigo uma boa configuração, encontro o que precisava, precisava de um bom desenho.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

UM ANO DESENHADO

Aos poucos os dias vão passando. Um amigo me escreve desanimado, dizendo que as vezes não vê sentido em desenhar. Diz que não sabe se vale a pena seguir nesta Via ou arranjar um trabalhado de vendedor ou seja lá onde for. Digo lhe que chegará uma hora q também o trabalho de vendedor, seja lá o que for questionara o sentido de ser... Aliás este questionamento tende a se manifestar em todo trabalho humano e, como não? Afinal é o sentido de viver que vem a baila em nossas ações. Nesta segunda feira sinto como meu amigo, não vejo muito sentido no dia. Desenho procurando sentido.












domingo, 13 de setembro de 2015

Da série confissões. Bico de pena sobre papel arroz. 31x22cm. 2006

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Da série Confissões. Colagem e bico de pena dobre papel. 31x21cm 2006

terça-feira, 8 de setembro de 2015

UM ANO DESENHADO

Prezados amigos que se integram por este projeto. Comunico que Carla Viviane Roncarati está preparando material para inscrever o projeto no edital da Secult para Galeria Homero Massena, a fim de fazer exposição do projeto, assim como realizar encontro dos artistas participantes, mesa redondas, publicação de catálogo, etc. Para tanto ela precisa da carta de anuência de todos (Via on line) assim como os currículos. Peço que enviem esses documentos para ela até dia 10, seja depois de amanhã. E vamos torcer par Que dê certo, certamente será um bom encontro. Flávia Pedrosa Vasconcelos Joedy Barros Marins Bamonte Ramon Wadry Thais Melotti Littig Pamela ReisDulce Osinski Sara Bittencourt Marcucci Junior Da Fonseca Bitencourt Zaira Iracy Salla Caetano e todos os outros cujos nomes não consigo linkar no momento.









sábado, 5 de setembro de 2015

Antes de ir para aula de Inglês, levei uma caixa de livros usados para José Carlos o "Vivedor de ruas", de quem falei em um post aqui, há uns três meses. Descobri que ele tem um carrinho de supermercados escrito Alfarrábios no sinal da Praça dos namorados. Como ele não estava lá, deixei os livros no carrinho dele e pedi aos vendedores de panos pratos do sinal que falassem com ele que era da parte do artista do que o tinha desenhado na Praia do Sua. Mais tarde passei no lugar, nem carrinho nem o Carlos estavam lá, perguntei aos vendedores se ele tinha gostado, me responderam, "sim, ele ficou muito alegre, disse que salvou o dia dele." fiquei imaginando, ele empurrando o carrinho agora cheio de mercadoria para trabalhar e, também quais títulos ele escolheria para ler. Guardei comigo a frase: salvou o dia...,
Agora, no ateliê rabiscos linhas, escuto a chuva leve que banha o meu sábado. Good night.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

UM ANO DESENHADO

Setembro. Desenho e continuo o diálogo com meu amigo Joao Carlos Simonetti iniciado ontem.
Pergunta: Percebe -se alguma mudança na forma de fazer? O exercício cotidiano levou a alguma compreensão nova sobre o desenho, sobre o artista ou as duas coisas?
Sim, houve uma mudança, comecei o projeto na via do desenho de observação, isto é, desenhando um espaço arquitetônico, um objeto qualquer do cotidiano, mas a partir de um determinado momento passei a desenhar simplesmente formas não figurativas, pautadas nos elementos básicos do desenho ponto e linha. Isso se adensou tanto que cheguei a perguntar pra que desenhar as coisas? Naquele momento pensava em desenhar somente as linhas e pontos abstratamente, pareceu me que estava cansado de desenhar objetos, de se perguntar o que desenhar cada dia, mas a verdade é que essa mesma pergunta se coloca nas composições abstratas, cometas também se indaga que linhas, ritmos, formas configurações criar hoje? Mas não segui uma via única. Segui o fluxo dos pensamentos. Assim, essas duas vias se intercambiam, se imbrincam, menos como programa, mais como maneira de ser.
O segundo ponto: se houve uma compreensão nova sobre o desenho sobre o artista... Isso não sei dizer ao certo, mas temos esta perspectiva, afinal toda arte trabalha neste sentido (digo isso junto com os que estão fazendo o projeto). Talvez algo dessa
compreensão até já esteja acontecendo, mas como estamos no meio do caminho, não temos visão completa dele. Contudo posso dizer que ela é permanente, o final, como meta se coloca na prática de todos os dias.
Terceiro ponto: se Há algo em comum? Se se percebe algo que os una? Sim, se os temas são diferentes, o material os une: grafite e papel. Essa unidade material é básica. Junto a isso, a ideia de um Desenho rápido, feito com poucas linhas. Até amanhã.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

UM ANO DESENHADO

Finda o mês de agosto. Setembro promete "independência ou morte" logo nos primeiros dias e flores no final, afinal esta vindo a primavera. Faço um Desenho de escuta no cafe do supermercado horti frutti de Vitória. Escuto os diversos sons do ambiente e desenho os estímulos sonoros de olhos fechados. Volta e meia uma lembrança, uma imagem me vem à mente, poderia desenha-las e, elas lhe levariam para outros caminhos, mas Fico na escuta. Então me vem as interessantes questões que meu amigo Joca, em visita aí meu atelier, me colocou a respeito do projeto um ano desenhado. Pedi a ele que me as refizesse, assim, tentarei respondE-las por aqui, esses dias. Fica aberto o bate papo.
Pergunta. O lugar que evitei: perguntar porque fazer "um ano desenhado". A mim me interessou a experiência vivida, não os motivos. Comecei pela trilha: como é fazer? Há uma disciplina? Uma hora específica? Como escolher o que desenhar?
Resposta: as motivações são importantes, elas se ligam a experiência. Esta não é primeira vez que estou fazendo um trabalho desta natureza, tipo um Desenho por dia.! Primeira foi em meados de 2006 e durou até 2009. Curiosamente começou no dia 07 de Setembro daquele ano e, estamos chegando as vésperas de outro dia da independência, momento em que estou burilando um projeto de desenhar alguns momentos da história do Brasil. Boa coincidência essa. As palavras independencia e liberdade são fundamentais neste trabalho de desenho. No fundo esta prática busca isso, exercitar, construir um tipo de disciplina, pensar a liberdade, ser livre.
O horário ideal para fazer o desenho do dia seria de manhã, mas nem sempre consigo, então ele acontece em qualquer tempo e lugar, como agora em um café. Isso quer dizer qUE alguns dias saio de Casa com esse livrao (de páginas sanfonadas) na mão para desenhar. Escolher o que desenhar é uma encrenca! Um abismo! As vezes é uma angústia. Desenho com isso, é o dia que o desenho quase não acontece. Há dia mais intenso, e dia que nem tanto, principalmente porque há momentos em que o tempo é curto pra tudo. O tempo talvez seja o principal problema, neste projeto, o desenho corrido e sempre é um calo no pé.
Creio que poderia definir assim:
1 -Algumas vezes escolho o que vou desenhar um ou dias antes, fico observando as coisas dizendo, amanhã desenharei isso ou desenharei aqui, principalmente quando viajo e visito museus, 2- outras vezes, simplesmente olho a minha frente e começo a desenhar alguma coisa que se apresenta aos meus olhos, 3 - é quando decido por fazer traços, linhas entrelaçadas no espaço, aí construo formas orgânicas que já é uma via gráfica que venho pesquisando há algum tempo.
Até amanhã.


segunda-feira, 31 de agosto de 2015

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

UM ANO DESENHADO

Desenhar é só dar linha. Mais alguns traços desta jornada. Grafite sobre papel. Livro de artista sanfonado 30x650cm. Agosto 2015









segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Domingo, dia de monitoria no Mosteiro Zen budista de Ibiraçu-es. Viagem agradável com André e Jean. Por causa de umas dores nos joelhos combino com os colegas de trabAlhar somente no Centro ambiental. É onde mostramos um vídeo sobre o mosteiro produzido por Anna Sayter e conversamos com os visitantes a história e a vida do mosteiro.
Entre um grupo e outro de visitantes espero, espero desenhando. Desenho sonoridades, para cada som percebido um traço, um ponto, uma linha, as vezes chego quase a uma forma. O grAfite se movimenta como uma linha de vento sobre o papel. Aí percebo o vento que brinca com os galhos e passa tocando todo meu corpo. As vezes nos braços, outras nos pés, no pescoço, no rosto, nas mãos... Desenho ele, aliás eles, pois são vários ventos, também em linha e pontos. Assim nasce este desenho dançante feito de espera, de ventos, de linhas e de tempo.
Ao retornar para Vitória visito o portal, o Jardim zen e as estátuas em poliéster de Buda na entrada do mosteiro. O espaço é imenso e Alegre. Um senhor nos pergunta como chegar à Vitória, a pé, (!?), são quase cem quilômetros! E ele ainda carrega duas bolsas! Mostramos o caminho, mas sabemos que isso não basta ... Então decidimos dar-lhe carona. No percurso ficamos sabendo um pouco da sua história e de como, horas antes fora assaltado,,,
O sol anda pelo meio da tarde; sem se deixar ver, rodeado de nuvens. A paisagem desenha verdes, amarelos e vermelhos em movimento. Passamos longo tempo em silêncio de volta. Finalzinho da tarde. Ainda da tempo para ir com filhote ao cinema assistir o desenho "O menino e o mundo" de Ale Abreu, um filme lindo! Quem gosta de desenhar não pode perder, uma verdadeira lição do que é passear com a linha, com a cor e contar uma história! Em certo momento me lembrou do desenho "Azur e Asmar", acho que escrevo errado, alguém sabe desse filme? Como encontra-lo? Pois gostaria muito de revê-lo!
Bem, tenho que ir, aos teimosos que me acompanharam até aqui, o meu beijo! Obrigado pela companhia! Ah, e se souberem do filme "Azur e....

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Pintar é passear com a cor no espaço. Aquarela 25x35cm 2014

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Klee escreveu que desenhar é levar a linha para passear. Acho que isso também Vale para a cor. As vezes tento fazer.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

UM ANO DESENHADO

Estamos no oitavo mês. As vezes não sei o quê ou como desenhar, mas o não saber também se desenha. Trago mais três desenhos recentes. Livro de artista, grafite sobre papel. Vol. 8. Data: agosto 2015



domingo, 16 de agosto de 2015

COMO DESENHAR ISSO?

Hoje,16 de agosto, 2015, em vários lugares do país a população vai às ruas protestar contra a corrupção que alastra a política brasileira há anos. Faço o meu desenho do dia, mas queria fazer mais, então me pergunto como desenhar isso? Governos e governos que não cuidam do cidadão e cidadãos que não exercem bem a cidadania; diferentes classes pensam quase que somente no aumento dos seus próprios salários e acham até justo as classes menos favorecidas ganharem menos! Ah, quantas vezes eu já ouvi colegas dizerem.. " vejam só, eu to ganhando o mesmo que um motorista de ônibus"! como se um motorista de ônibus devesse ganhar pouco mesmo, como se o trabalho duro, braçal, manual tivesse que ganhar pouco mesmo!... Não entendo essa política, entendo de desenho, e me pergunto como desenhar isso? Curiosamente acabo de ler "1822" de Laurentino Gomes - como um homem sábio, uma princesa triste e um homem louco por dinheiro ajudaram d. Pedro a criar o Brasil - um país que tinha tudo para dar errado"... Então me pergunto como pintar este país? Este é um dos projetos que estou me propondo para o próximo ano.

 

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

FÔLEGO DE UM PROJETO DE MESTRADO

Desenhos vão se somando em um grande livro sanfonado. Um volume cada mês, ao final serão 12 volumes, 365 páginas desenhadas. Que história isso contará afinal? São desenhos, as vezes, expremidos no tempo, ou melhor nas sobras de tempo (insistentes como uma espécie uma de estratégia para existir). Aproveito a ideia para exercitar a frescura do traço, a leveza da linha e talvez minha capacidade de teimar, de insistir. Venho teimando em desenhar há décadas e, desenhar todos os dias como proposto neste projeto, exige o fôlego de um projeto de mestrado. Algumas, vezes são simples traços, alguma coisa como "sinais de que estive por aqui", outras, fico pensando: e se propusesse desenhar mais demoradamente, tipo, quatro, seis horas por dia? ( Como um dia normal de trabalho), O que desenharia? Como me organizaria? Certamente seria sofrido, mas também revelador... Quem sabe um dia? Aí sim colocaria o desenho na primeira ordem do dia.
Vejo os desenhos de Romelho Contreiro desta semana, alguns tratam da questao basica do desenho de observacao,
outros avançam o olhar para a paisagem, para as pessoas da sua cidade, o do seu bairro e o interior de onibus coletivos. A maioria Trabalhos demorados para o contexto deste projeto que prevê um Desenho por dia. Isso impressiona e mostra o pulso deste jovem artista. A carga de tempo devotada nesses desenhos, a sensibilidade para olhar pela sua janela a sua cidade, o seu chão, as suas viagens de ônibus, certamente lhe abre caminhos, ou melhor lhe constrói caminhos, como diria Pablo Neruda: "caminheiros há caminhos, faz-se o caminho, caminhando" bom ano desenhado para todos!"

sábado, 8 de agosto de 2015

QUANDO ME DISPONHO A ESCREVER - RETORNO DE CHAPECÓ.

Aqui estou com mais um texto longo demais para Fnac, mas se você tiver tempo e teimar em seguir em frente, vamos lá. Faço o desenho do dia. Volto minha atenção para o paletó sobre a cadeira, traço algumas linhas que conduzem meus pensamentos para os vários momentos que passei na cidade de Chapecó para lançamento dos livros "A Invenção da paisagem" e "Pintura sobre pintura". Queria falar desses instantes neste desenho, mas pode um desenho falar de tantos momentos?
Escolho um momento, ou melhor sou escolhido por ele, sim, porque veio assim avisar, sem eu menos saber, um simples paletó sobre a cadeira; uma imagem certamente sem muito significado, ou melhor sem importância nenhuma. Mas me disponho a desenha -lo como sendo o meu desenho do dia e, agora, quando me disponho a escrever sobre este momento, enquanto as horas de voo se desdobram, ele se me apresenta com toda sua singeleza e falta de lugar.
Que desenho é este? Algumas linhas frágeis, uma forma convencional - nenhuma originalidade, nenhuma revolução! Na verdade este é um momento despretensioso, um momento em que me permito desenhar meu paletó, meu canto de parede, um momento de silêncio alguns minutos do dia que nasce, um instante da minha estadia em Chapeco. Deixo as formas do assento e das pernas da cadeira inacabadas, no entanto, sinto o desenho acabado. O olhar ativa às formas, completa o desenho.
Gostaria de desenhar algo mais importante ou intrigante visto ou descoberto aqui, a terrível história do incêndio da igreja, os momentos passados no sítio da Ingrid, colhendo ameixa e laranja no pé, andando descalço na grama sob a sombra de araucárias centenárias, mas calhou de ser este desenho do dia. Ele é um resumo deste dia? Não, Ele é um resquício desse e de outros dias que me trouxeram até aqui, ele é um grão de poeira neste universo.
Desenho como se
converssasse com meu paletó, ou melhor com as dobras que fazem vincos e curvas e com as linhas que caminham na folha branca. Gostaria de levar essas linhas para passearem. Escuto os pássaros lá fora. A sonoridade deles dançam no ar, fazem curvas, chegam até perto da janela, depois distanciam; depois, veem outros pássaros, depois, os carros que fazem fundo a estes traços, por fim, o silêncio espaçoso que orquestram todas essas formas. Deixo o assento e as pernas da cadeira inacabadas como uma conversa que se perde no silêncio, ou melhor na distância, a qual gente não a escuta mais com nossos ouvidos, mas que continua a existir (em nosso coração).
Tomamos cafe da manhã na chácara. Cada um coloca uma palavra de agradecimento neste encontro. Alimentar juntos é um ato de socialização e também estético.
Ao decolar sinto a trepidaçao forte do pequeno avião e tenho sensação do que é voar sem ter asas. De la de cima vejo o rio serpenteando os campos verdes. Será o Rio Uruguai? De repente uma barragem, será a de goi-em? (como se escreve?). Verdes claros, escuros, pardos, amarelados estendem-se sobre a terra como um lençol que se dobra e desdobra sob nossos pés, sob as nossos vistas. Uma linda paisagem vai e desenhando e redesenhado em meu caminho, ela está lá fora, mas certamente eu a invento em meu coração. Volto para Casa agraciado revitalizado pelo encontro. 

Aos teimosos que me leram até deixo meu abraço, com carinho.