As dobras da cortina no canto da parede do atelier se desdobram em vincos, formas e redobras. Desenho-as com os olhos, como quem não quer nada. Sigo o fluxo das linhas e tonalidades que vejo na cortina e outras linhas que surgem em meu pensamento, frutos do meu olhar e da minha mão errantes. Cortinas negras, embaçadas pelo tempo, elas estão aqui para me possibilitar trabalhar luz, contraste, fundo e profundidade em minhas fotografias. Ao lado está a porta envidraçada, fonte de luz. À frente me posiciono com minha única Câmara, uma Nikon D90 de cinco anos atrás e uma lente 105 x 18mm.Tudo isso é tão pouco que as vezes mal consigo acreditar que já fiz mais de mil fotografias neste lugar. Parece uma fonte permanente, onde posso escavar, construir as formas de beleza que desejo pensar.
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