sexta-feira, 14 de agosto de 2015

FÔLEGO DE UM PROJETO DE MESTRADO

Desenhos vão se somando em um grande livro sanfonado. Um volume cada mês, ao final serão 12 volumes, 365 páginas desenhadas. Que história isso contará afinal? São desenhos, as vezes, expremidos no tempo, ou melhor nas sobras de tempo (insistentes como uma espécie uma de estratégia para existir). Aproveito a ideia para exercitar a frescura do traço, a leveza da linha e talvez minha capacidade de teimar, de insistir. Venho teimando em desenhar há décadas e, desenhar todos os dias como proposto neste projeto, exige o fôlego de um projeto de mestrado. Algumas, vezes são simples traços, alguma coisa como "sinais de que estive por aqui", outras, fico pensando: e se propusesse desenhar mais demoradamente, tipo, quatro, seis horas por dia? ( Como um dia normal de trabalho), O que desenharia? Como me organizaria? Certamente seria sofrido, mas também revelador... Quem sabe um dia? Aí sim colocaria o desenho na primeira ordem do dia.
Vejo os desenhos de Romelho Contreiro desta semana, alguns tratam da questao basica do desenho de observacao,
outros avançam o olhar para a paisagem, para as pessoas da sua cidade, o do seu bairro e o interior de onibus coletivos. A maioria Trabalhos demorados para o contexto deste projeto que prevê um Desenho por dia. Isso impressiona e mostra o pulso deste jovem artista. A carga de tempo devotada nesses desenhos, a sensibilidade para olhar pela sua janela a sua cidade, o seu chão, as suas viagens de ônibus, certamente lhe abre caminhos, ou melhor lhe constrói caminhos, como diria Pablo Neruda: "caminheiros há caminhos, faz-se o caminho, caminhando" bom ano desenhado para todos!"

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