quarta-feira, 15 de outubro de 2014

FOTOGRAFIA DE CORTE

 

FOTOGRAFIA DE CORTE. Continuando esta série. Não sei se já disse: Trata-se de rever fotografias guardadas há mais de 20 anos em gavetas e envelopes e o corte no próprio negativo, destruindo parte da imagem, criando um lado escuro, uma ferida estética, digamos assim. Esse gesto faz eco com o corte do tempo, que é próprio da fotografia, permitindo um novo olhar sobre o passado, sobre as imagens guardadas em arquivos “mortos”. Mas o passado não passou, não morreu, não acabou. Por este corte, fotografias privadas podem vir a público e tocar o presente. Como nos cortes da censura que colocava tarja nas imagens de nudez até pouco tempo no Brasil, esta série de fotografias, feita com estilete e tesoura rasgando diretamente o negativo, lembra o estatuto do proibido em nossa cultura e permitem ver, com Margarite Duras que “nada é mais público do que o privado”.Fotografias analógicas, com negativos cortados, 1997-2012


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