quinta-feira, 29 de outubro de 2015

PAPEL DO ARTISTA

Estou em uma praia de águas transparentes balançadas por pôr um vento carinhoso e sonoro. O cenário é lindo de ser visto e gostoso de ser vivido. Olho em volta e tento desenhar, mas nada se coloca à minha mão, acho até, uma certa inutlilidade desenhar essas coisas que vejo, tão lindas que sao; melhor seria, me parece descrever, esta luz, estas águas verdeadas, esses bravos corpos que passeiam nestas areias e deixar certas imagens mentais flutuarem ao sol. Por que me parece uma inutilidade desenhar aqui? Eu me pergunto, talvez porque o que interessa ou, a beleza de um desenho, (de uma pintura) não está no objeto observado, mas no desenho em si, na sua feitura, na sua grafia; segundo por porque este belo cenário já é tão belo que pouco ou nada acrescento em Desenho, isto é, o desenho será sempre menos diante dele. Contudo, rabisco e encontro o problema desenhando: O desenho começa a se constituir a partir do vazio e não do cheio, do que que é estranho, não Do que é conhecido, das partes insignificantes deste belo cenário e não de sua beleza contagiante. Talvez seja possível dizer que, o que ja é belo, não precisa do artista, mas o que não é belo, o que é insignificante estes sim, precisam do artista para sair da insignificância, para vir a significar. Eis o papel do artista dar sentido, dar significado ao que parece não ter significação ou sentido.

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