Dia de nossa senhora de Penha.
Feriado no Espírito Santo. Vou para o atelier pensando em duas pinturas que
deixei secando no chão ontem. Como resolve-las? Folheei um livro de Flávio de
Carvalho e pensei nessas pinturas. Aliás, acordei de manhã pensando: essa
pinturas... Hum... Elas saem da linha que venho desenvolvendo... Sofro com essa
questão de não ter estilo. Ou tenho e não sei? Para mim, acho este conceito é
uma questão de olhar para trás...
Passo de bicicleta pela orla e vejo
a segunda da feira transformada em domingo! Dia lindo! Muita gente tomando Sol,
musica aqui, ali e acolá, vozes e risadas. Uma mulher de biquíni me lembra uma
pintura de Flávio de Carvalho que gostaria de pintar. Curto o visual, o vento,
a luz calorosa e saborosa. Pedalo devagar para ver, para participar, admirar.
Mas vou para o atelier sem chorar, sem maldizer que devo trabalhar, pelo
contrário, melhor ir trabalhar vendo um cenário deste, levando essa energia
comigo. Cada um seu vício, seu ópio, seu ofício. O bom é fazer que nos dá
tesão, nos dá vida, nos dá satisfação. Lembro-me de ter ouvido estudantes
falarem "domingo tá todo mundo do a praia e eu em casa estudando" e
daí? Isso não é legal? O Brasil tem mesmo uma forte Cultura de reclamação.
Porque ou quando trabalhar e ou estudar é castigo, é viver menos? Lembro-me de
Autran Dourado dizer que para ser escritor ele levava uma vida desinteressante,
tinha de recusar muitos convites para festas e coisa tal para ficar em casa
para escrever, escrever.
Mas deixa pra lá. Cada um com seu
vício, seu ofício. Chego ao atelier, vou encarar essas pinturas no chão. Tem
formas novas aparecendo. De um lado, avanço no projeto "A Casado
passado", do outro um projeto chamado "Dobras" me tenta... Acho
que tenho muita pintura a fazer.
Aos que me acompanharam are aqui,
obrigado pela companhia. Bom domingo, o melhor boa segunda, voa segunda!
Nenhum comentário:
Postar um comentário