Aqui estou eu com mais um texto
longo para Facebook, mas aos que tiverem tempo convido os para uma pequena
viagem. Chega ao final o projeto de exposição itinerante dos desenhos da
Amazônia no interior do Espírito Santo. Coincidentemente ao mesmo tempo em que
retorno da viagem de residência no Vermont Studio center. Curto esta coincidência
e somente agora percebo como elas estão ligadas. Parece que uma anunciava a
outra, e olhando assim parece que elas estavam ligadas e anunciadas antes mesmo
que eu as fizesse. Elas estavam me esperando, desde quando eu nasci e talvez
até antes disso e eu levei cinquenta anos para realizá-las.
Inventei o projeto de viagem à
Amazônia para descobrir, desenhar e ver esta grande floresta. Conhecer sua
gente, descobrir e inventar paisagens. Foram vinte e três dias de viagem, sendo
treze, viajando em um navio da marinha brasileira, seguindo o Rio Negro e o
Madeira, de Manaus Porto Velho. Uma viagem trabalhosa, emocionante e grandiosa,
tanto que, ao voltar para meu atelier, em Vitória passei a desenhar paisagens.
Neste exercício, convidei vários alunos para desenharem comigo e o resultado
foi a construção de grandes desenhos (dimensões de até 100x300cm) e, a
publicação do livro " A Invenção da paisagem" pelo edital da
secretaria de Cultura do Espírito Santo.
Inventei de fazer a residência do
VCS para novamente sair do meu lugar, descobrir novas paisagens, desta feita, a
paisagem urbana, a convivência com outros artistas, a investigação do que
chamamos arte contemporânea e a dedicação de um tempo para isso. UM mês, todos
os dias, tempo integral no atelier. Foi uma imersão nas minhas paisagens, desta
feita, a Casa do passado". Uma nova floresta diferente e intrincada, uma
disciplina militar (ou monástica) de trabalho, o encontro com pessoas
apaixonadas. O resultado foi uma avalanche de desenhos e pinturas, uma
diversidade de formas e a retomada da pintura à óleo. A paisagem a grafite da
Amazônia ganhou tons soturnos, lembrando o romantismo alemão, o interior da
casa do passado, me revelou que há luz e vida fecunda no escuro.
Em Santa Maria de Jetibá, faço
uma pequena palestra com os alunos de uma escola. Falo dessas duas viagens e
como elas me tocaram e me transformaram. Entrego me às lembranças e
aprendizados que delas trago e convido-os a desenharem, cantarem suas cidades
e, viajarem para viver. O auditório cheio escuta em silêncio a voz emocionada
de "um velho louco por desenho", como assinava um velho Mestre
japonês’. Volto para casa com a sensação de que comuniquei alguma coisa, uma
emoção. Isso me traz um certo conforto.
Aos teimosos, obrigado pela
atenção e desculpem os erros. Deixo aqui duas imagens de celular das duas
exposições: Viajamos para viver em Santa Maria de Jetibá e open Studio no
Vermont Studio center. Ambas em realizadas em fevereiro 2015.Abraços
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