Get together. Não conhecia esta
expressão, mas minha amiga Luca de Belmont, mas apresentou de forma
inesquecível: vivenciando a expressão. Em português diriamos sarau, mas a
tradução ao pé da letra seria "juntar se". Gosto desta tradução e, as
associações que ela me porta me leva a pensar arte e vida de maneira mais
sensível do q as teorias da arte. Juntar-se. Não é à toa que o título de uma
das melhores bienais de São Paulo foi "como viver juntos". Para não
esquecermos que a vida importa mais do que a arte.
Lá estávamos nós, um grupo de amigos e
artistas locais reunidos para celebrar, o encontro, a viagem e certas sensações
provocadas pela arte. Entre os presentes estava uma artista residente do
Vermont Studio center Mary McCoy que mora perto de Belmont. Foi uma
oportunidade para relembrarmos momentos da nossa vivência artística e também
para falarmos dela para todos. Foi emocionante mostrar desenhos e pinturas para
Esta pequena e atenciosa plateia. Pude gaguejar em meu inglês fraco e pedir
ajuda a eles para encontrar expressões corretas. Foi portanto um bate papo
interativo, transversal, onde o artista não dominava a língua que falava e os
ouvintes não dominavam a linguagem a eles apresentada de forma estrangeira.
Senti me confortável neste terreno sem domínio, onde a falta se tornava apoio.
Só tenho a agradecer aos amigos e contatos realizados nesta viagem,
especialmente à minha amiga Luca que, despretensiosamente, produziu este sarau.
A qualidade da emoção e da experiência sentida me fez ligar para a minha galerista
em Vitória, para, assim que chegar realizarmos um sarau na galeria. Acredito
que será útil e animador, porque o início desta minha aventura foi um bate papo
com Jociele Lampert. Então pessoal de Vitória - ES, faremos um sarau por esses
dias, na galeria Via Thorey, os que se interessarem keep in touch, vamos nessa:
get together
DESCONHCER A LÍNGUA. Em Jonhson falei com uns
colegas de residência que gostaria de ir a uma igreja assistir a uma missa.
Eles me perguntaram porque, respondi que acho bonito e que assistir uma missa
em inglês seria muito interessante. Contei-lhes duas experiências de assistir
missa em língua estrangeira que tinham me marcado, uma em Paris, onde assisti a
missa, em francês, várias vezes, na igreja de Alesea, bulevard jourdan, perto
da cité universitaire. Ia a pé para este fim, assistir a missa em um Língua que
não era minha. E ouvir aquela palavra que eu já conhecia em uma língua que eu
não conhecia e que estava batalhando para conhecer foi uma experiência
maravilhosa! Me veio à mente que se eu quisesse ouvir a voz de Deus Deveria ser
em uma língua que não era minha, que eu deveria perder a minha língua para
ouvir palavras novas, outros fonemas, outros significantes, e assim, não
confundir me em meus próprios pensamentos em minha própria língua que fala tão
somente o que eu conheci e o que quero conhecer. Esse foi um dos poucos
momentos em que tive a sensação de ter ouvido a palavra de Deus. A outra foi
uma missa gospel em New York, foram apenas alguns minutos, na rua, saindo do
apartamento do artista José Morales. A música, uma música negra cantada em
plenos pulmões na caçada! Havia uma cantora solo e coro back vocal que as vezes
murmurava, soprava, gritava! A solista cantava como se fizesse um discurso,
talvez até improvisasse como se faz no jazz, e eu nada entendia e nada havia
para entender e eu assisti alguns minutos para nunca mais esquecer. Meus amigos
responderam que Jonhson é uma Cidade pequena que ali eu não teria nenhuma missa
assim. Não sei por que cargas d'agua esse assunto veio à tona em Belmont e
minha amiga falou que ali perto costumava ter uma missa muito bonita, vamos lá?
Fomos e eu me emocionei com a música do coro, com a tocada no órgão e com a
homilia do vigário. Levaria muito tempo para descrever tudo, por isso me
detenho no discurso do padre que, eu entendi pouco, mas que me provocou
interesse. Ele falou do vigor da neve que parece frágil, do rigor da natureza e
da nossa necessidade de enfrentamentos e de resistência. Na sequência fez
relações aparentemente inconciliáveis: Bob Dilan, John Done, Kennedy e não mais
quem. Teve um momento que me pareceu que recitava poemas e eu me perdia em sua língua,
criando verdadeira viagem sonora. Eu pegava apenas pedaços de frases, mas
insistia em ouvir para me entranhar na sua língua, para transpassa-la. Sai da
missa gostando de
Ouvir em inglês, e com a ajuda do rádio no
Celular, quem um dia eu venha adquirir essa língua. Estou juntando essa
experiência de aprendizagem do inglês ao desenho. Outra hora falaremos mais disso.
Aos teimosos obrigado pela atenção, desculpem os erros, sou mesmo incorrigível!
Abraço!
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